Texto colectivo
Lágrimas de crocodilo
Era uma vez um crocodilo que tinha uma forte dor de dentes. Como não existia nenhum dentista na selva ele podia ir à cidade à procura de um mas tinha medo que o não deixassem voltar para a sua vida pachorrenta.
Um passarinho que andava por ali perto ouviu-o a gemer e perguntou-lhe se o dente que lhe doía era o incisivo canino ou molar. O crocodilo respondeu-lhe que não sabia qual era o dente que lhe doía. Só soube dizer que o dente ficava lá para trás na queixada.
O passarito concluiu logo que o dente que lhe doía era um molar e que devia estar furado.
O crocodilo ficou admirado com a sabedoria do pássaro. E numa voz sofrida pediu-lhe que lhe tratasse o dente.
O passarinho hesitou. Uns passarinhos que andavam por ali perto avisaram-no que o crocodilo podia não ser de confiança. Mas o passarinho como tinha bom coração, arriscou.
Mandou-o abrir a boca e saltitando entre os dentes como sobre um teclado de um piano, descobriu o dente furado.
Com muito cuidado, o passarinho brocou, limpou e tapou o buraco do dente. Até parecia um dentista a sério.
Depois do dente tratado o passarinho pediu-lhe para abrir a boca para poder sair mas este fechava a boca.
Os passarinhos que estavam cá fora estavam assustados.
Com a vozinha dele o passarinho pediu-lhe de novo para abrir a boca dizendo-lhe que já o tinha tratado por isso estava na hora de sair.
O crocodilo com muito jeitinho pediu-lhe que palitasse e limpasse o resto dos dentes.
Comovido, o crocodilo deixou cair duas lágrimas
Os amigos do passarinho que estavam a assistir ao que se passava chamaram-lhe hipócrita, patife e velhaco. Mas, aquelas lágrimas eram verdadeiras porque ele sentia-se aliviado e muito agradecido.
Depois de ter feito uma limpeza aos dentes do crocodilo o passarito foi para ao pé dos seus amigos que o consideraram um herói.
A partir dessa altura, os passarinhos passaram a ir para as queixadas dos crocodilos à procura de restos de comida.
Ganharam os crocodilos e os passarinhos concluindo-se que na selva também há harmonia.
Francisco
4º ano
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